segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A droga da nostalgia
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Contando os pingos
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Onde comprar
segunda-feira, 13 de julho de 2009
O primeiro
Em breve maiores informações sobre o lançamento e como adquiri-lo.
domingo, 12 de julho de 2009
Ferrorama
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Insônia
Passam os dias, trocam as estações, os anos ficam para trás, e nada muda. Só a falta de sono e o tique-taque continuam os mesmos.
sábado, 27 de junho de 2009
Notas de um Corsário
O horizonte... Só devo encarar agora o horizonte, e nada vai me abater, nem mesmo o sangue que há em minhas mãos. Sangue de muitos homens e mulheres que agora já não lembro se eram bons ou ruins. Na verdade, não quero lembrar de mais nada, porque agora, estou voltando para casa.
Sem querer, desvio o olhar para o chão outra vez. Vejo que as gotas de sangue das botas uniram-se às gotas de sangue do chão, formando uma pequena poça de um vermelho,agora viscoso. A vaga lembrança de seu abraço, de seus olhos claros e de seu sorriso me faz fixar o horizonte.
O horizonte... Só devo encarar o horizonte, porque agora estou voltando para casa, e nada, nada vai me abater. Um vento úmido toca meu rosto, deixando meus olhos marejados. Desperto, movimento meus pés frios e adormecidos. O sangue no chão já não tem mais a minha atenção. O vento torna-se impetuoso, com ares de tempestade.
- Içar velas! - ressoa minha voz por entre mastros, botes e cabines vazias.
Ondas curiosas erguem-se ao meu redor e inclinam-se sobre mim, querendo saber quem é o tripulante condenado e solitário que corre pelo convés, içando velas nos pés de uma tormenta.
Ergo as velas enquanto ainda sinto minhas mãos que já estão tão frias e pálidas quanto meus pés. Parece suicídio? Não é. Eu só penso no seu afago. É desespero.
Por que eu miro o horizonte e só vejo trevas? Porque estou voltando para casa, e nada pode me abater. Sinto a fúria do vento, apontando-me o dedo, como se soubesse dos meus erros. Mantenho-me firme. Eu também me tenho fúria. Na noite passada, a tripulação caiu tomada de assalto. Todos dizimados. Vi a morte caminhando no convés, por entre gritos e lamentos. Ela sorriu para mim, um sorriso de até logo.
Olho para cima e vejo além da tempestade, pequenos raios de sol, fazendo pequenos ferimentos nas negras nuvens. Nasce um sorriso no meu rosto, o mesmo sol que doura as margens de praias brancas, de águas claras e calmas, que queima teu pé quando pisas descalça, que esquenta teu cabelo todas as manhãs quando abres a janela do teu quarto.
Estou gargalhando agora, enquanto ouço passos atrás de mim em meio à tempestade que perde sua força. Sinto a vida se esvair como um punhado de areia de minhas mãos, como uma vela acessa, lutando contra o vento. Sinto alguém do meu lado. Vejo aquele sorriso de até logo. Sinto uma mão em meu ombro. Olho mais uma vez para cima e vejo as turvas nuvens se distanciando dos raios de sol. Meu corpo desfalece, mas ainda estou sorrindo, porque sinto que finalmente estou chegando em casa.
Um navio avariado e solitário desliza por um mar de águas calmas sob um sol forte, com sonhos e anseios tatuados em suas velas rasgadas, com gaivotas disputando um banquete dependurado no timão. Agarro-me com unhas e dentes na nossa despedida, desejando que nossas vidas não se acabem como nas notas de um corsário.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Dá uma olhada aqui.


quarta-feira, 10 de junho de 2009
Mostra de Curtas
Mostra de curtas de EVER RIBEIRO
SHOW da Banda CLUBE DO IMPROVISO
No Espaço Bellas Artes
Dia 19/06 - 23hs - Fone 3566 1051
Rua Independência 1213, São Leopoldo
R$ 4,00 (antecipado) R$ 6,00 (no local)
Confira as chamadas para o evento aqui.
Eu vou.
terça-feira, 9 de junho de 2009
- Procure ler e escrever micro contos. Visite a revista eletrônica Veredas. É um grande aprendizado.
Pois eu li, fiz algumas tentativas de escrever e até ousei enviar para a tal revista. E vejam só, estou na edição deste mês. O conto é Beethoven e tu podes conferi-lo aqui.
A espera das Gárgulas
As palavras se repetiam na sua mente como um mantra satânico. Gion batia suas asas com todas as forças na direção de Augustine, mas ele sentia o peso do mundo em suas costas enquanto ela seguia com passadas largas e lágrimas nos olhos. Ele ainda estava muito distante quando Augustine colocou o pé direito na beira do parapeito e o esquerdo pisou o nada. Ela caiu leve e sem desespero, entregou-se à queda que durou poucos segundos, suas costas encontraram o chão, Gion que pousou logo depois ao seu lado ainda pode escutar seu último suspiro. A pele de Augustine era tão branca quanto o seu vestido, ela encarava X com seus olhos mortificados deitada em um lençol de sangue que se alastrava rapidamente. Seu mundo sépia estava manchado agora com o vermelho púrpura que brotava dela.
O sol perseguia os últimos vestígios de noite que ainda resistiam àquela manhã quando Gion despertou de sobressalto, odiou-se por ter esse sonho há anos e ainda assim acordar assustado, aliás, ele nunca teve outro sonho senão esse. Suspirou com um tom de lamento e permaneceu imóvel. Afinal, é o que compete a uma Gárgula, permanecer imóvel, aguardando petrificado até o dia do grande chamado para reaver tudo o que foi perdido, para viver a sua redenção.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
2º Prêmio Literário Sergio Farina
A entrega do 2º Prêmio Sergio Farina ocorrerá no próximo dia 10 de Junho (Quarta - Feira) às 19:00.
No Centro Cultural José Pedro Boéssio
Ao lado da Biblioteca Pública de São Leopoldo.
Estou concorrendo na categoria Livre Prosa,creio que independente do resultado é uma boa oportunidade para escritores sairem de seus quartos e mostrarem seus trabalhos.
...e é bem por isso que eu acho que iniciativas assim não deveriam ser anuais.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Currículo Literário
E então eu respiro fundo depois desses segundos de divagações e opto por dizer outra verdade, uma mais coerente. O fato é que eu já criava histórias antes da minha mãe me ensinar a ler e escrever, e agora resolvi escrevê-las para os outros lerem.Certamente isso não é o que se pode chamar de currículo literário, mas esses caras do meu quarto moldaram o que sou hoje. E isso também não quer dizer muita coisa.Só não quero que eles saiam de lá.Embora eu ainda tenha medo do Alan Moore.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Jurássico
Euclides não pode comemorar a maior vitória de sua vida, pois descobriu da pior maneira que sua máquina do tempo funcionara.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Alice
- Ok. Nada vai nos impedir agora. - Sussurrou ela pra si mesma sentindo-se confiante, pois não ouviu ninguém retrucar na sua mente.
Sua mão direita lentamente foi escorregando parede acima em direção ao interruptor de luz, ela já não sabia dizer se a parede estava realmente úmida ou era sua mão suando gelado. Aqueles míseros centímetros em busca do interruptor foram sua Via Crucis. Enfim o encontrou.
- Ninguém esta aqui, ninguém esta rindo de mim, ninguém esta me apontando o dedo, vou acender a luz e somente eu estarei aqui. - Pensou ela mexendo os lábios como se falasse para o mundo todo ouvir.
Empurrou o interruptor para baixo com toda a força como se ele tivesse o peso do mundo.
A luz acendeu e seus olhos se fecharam no mesmo instante tudo o que ela via eram borrões azuis e amarelos em um fundo roxo. Ela fechou os olhos com força e suas pálpebras espremiam seus olhos como se aquelas manchas coloridas pudessem ser extraídas de seus olhos tal qual uma esponja encharcada sendo espremida.
Ao passar o desconforto visual, começou a abrir seus olhos lentamente, ainda via borrões, mas não tão coloridos, os borrões começaram a tomar forma. E as formas revelaram uma garota à sua frente. Ela estava lá do outro lado do pequeno cômodo, e à medida que ela se aproximou da garota percebeu que na verdade ela estava diante de um espelho, nua. Com um olhar tímido e ao mesmo tempo surpreso, olhou para si, e para cada parte que admirava com ternura no espelho, a suas mãos tocavam no seu corpo. Seus olhos começaram a ficar turvos, ela gostaria que eles transbordassem de borrões coloridos e não de lágrimas.
Ela percebeu o quanto cresceu, o quanto mudou, quanto tempo passou desde a última vez que viu seu reflexo em um espelho. Ela cavou fundo nas suas memórias e a cena mais recente e nítida que ela pode encontrar, ela era uma garotinha, que falava com as paredes, que falava sozinha e com mais ninguém. Suas memórias ficaram confusas, e agora ela via homens e mulheres vestindo branco, que lhe traziam comida, água e comprimidos, lembrou-se de quantos dias e noites chorou com saudade dos pais, o quanto queria estar com eles, estar em seu quarto e não naquele, não suportava as vozes e gritos na sua cabeça, desejava fugir do medo. Até o dia em que sem querer, tocou o interruptor e apagou a luz, e viu como lhe caia bem a escuridão, parou de chorar, acalmou seu desespero, se as paredes daquele lugar não lhe davam atenção como os as paredes de sua casa, então era melhor não ve-los .Ela tomou a noite para si e a noite a acolheu. Até o dia em que aqueles que vestiam branco não lhe levaram remédios, e naquela tarde ela resolveu acender a luz.
A sua grande dúvida não era como foi que ela chegou ali, muito menos que lugar era aquele. Agora em sua mente não havia vozes nem risadas e nem gritos de horror ou gemidos de dor. Ela poderia ser algo novo, algo que nunca pode ser antes. A grande questão era, afinal, quem ela seria agora?
No tempo do Walkman
Ele abriu os olhos e no seu walkman um display de luz fraca dizia Low Batery. O guerreiro da espada a brandir era agora um desperto passageiro de um ônibus indo para o trabalho e se odiando por não ter pilhas reserva.
Mãe os ETs estão chegando. Corra pras colinas!
Conversando com uma colega sobre IPods e tocadores de MP3 em geral,achei que iria provocar algum riso com esse infeliz comentário:
- Na boa, eu tenho saudades do meu walkman.
Ela soltou aquele olhar de "Ah sim, sei muito bem o que tu ta falando".
- Tu lembra o que é um walkman né? - disse eu.
- Não lembro, na verdade acho que não sei do que tu ta falando.
Na sequência eu acabei com qualquer forma de diálogo que poderíamos ter.
- Guria, to com medo de ti, daqui a pouco teu dedo vai começar a piscar e tu vai começar a dizer: telefone, minha casa ( infeliz alusão ao filme E.T.), só um alienigena pra não saber o que é um walkman.
E lá veio a cara da "Ah sim, sei muito bem o que tu ta falando" de novo.
- Porra tu não viu o E.T. também?
- Não to entendendo merda nenhuma que tu ta falando! - Ela agora nervosinha.
- Mas...quantos anos tu tem. - eu com um pé no constrangimento já.
- 17.
- E ficou em coma até os 15?
- Ah vai sfd - disse ela deixando-me sózinho ao lado da cafeteira.
Então fica a dica rapazes,
ao falar com garotinhas não façam piadas que dependam de uma pitada de nostalgia pra ter graça.